quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Sonegação Fiscal

A Polícia Federal juntamente com a Receita Federal realizaram uma operação que investiga a participação de dois dos principais grupos petroquímicos do país num rombo fiscal que supera a cifra de R$ 1 bilhão. O Esquema de sonegação fiscal envolve as empresas PQA Produtos Químicos Aracruz, Brigada Participações Ltda e Varient Distribuidora de Resinas Ltda - Todas pertencentes ao grupo Sasil Químicos e Termosplásticos. A terceira empresa. até o ano passado pertencia à Braskem, braço petroquímico do grupo Odebrcht. (Estado de Minas, 18 de agosto de 2011) .



Essa notícia nos leva a refletirmos inúmeras questões referentes ao sistema tributário brasileiro. Como sabemos, possuímos uma das maiores cargas tributárias do Mundo e a maior taxa de Juros reais ( Selic - Inflação). Mesmo diante tantas barreiras a atividade econômica, o Brasil ainda é uma país atrativo economicamente, devido a diversos fatores dentre os quais a grande riqueza em commodities. Porém, algumas organizações e empresas aproveitam-se das fragilidades da legislação, fiscalização, política ... em busca do maior lucro possível e criam esquemas que levam a sonegação fiscal e o consequente comprometimento das finanças públicas.



É inegável que o sistema tributário brasileiro é regressivo, ou seja, onera mais aqueles indivíduos que possuem uma menos renda. Isso vai contra os ideais constitucionais mas trata-se da realidade que vivemos. Diante dos pontos expostos , leva-se a discussão os motivos e fatores que levam algumas empresas a sonegarem impostos e elaborarem esquemas fraudulentos que contribuem para a prevalência de um sistema corrupto , que beneficia poucos em detrimento as massas as quais são obrigadas a arcar com uma carga tributária nitidamente regressiva e que não proporciona benefícios efetivos a quem mais necessita.



Leandro Santana

_______________________________________________________________




_____________________________________________________________

Autor(es): » Fausto Macedo e Renée Pereira
Estadão - 18/09/2011


Ilha confiscada pertence ao empresário Paulo Cavalcanti, do Grupo Sasil


No local, polícia apreendeu barras de ouro em um cofre, várias lanchas, 15 jet ski, e algumas armas - entre as quais um fuzil e uma pistola de uso restrito das Forças Armadas, além de farta munição



A ilha confiscada na Bahia pela Operação Alquimia pertence ao empresário Paulo Sérgio Costa Pinto Cavalcanti, do Grupo Sasil, distribuidor autorizado da Braskem. Trata-se de uma subsidiária da Stahl Participações, que tem negócios em vários países. A informação foi dada por integrantes da Operação Alquimia.


No ano passado, Cavalcanti comprou a empresa petroquímica Varient, do Grupo Odebrecht, por US$ 80 milhões, aproximadamente.


A Polícia Federal suspeita que o grupo de Cavalcanti comprava produtos por meio de empresas laranjas que entravam em falência quando flagradas pela Receita. Além da ilha de 20 mil metros quadrados, a Justiça bloqueou veículos de luxo, galpões industriais, aeronaves e embarcações. Na ilha, os federais encontram barras de ouro em um cofre, várias lanchas, 15 jet ski, e algumas armas - entre as quais um fuzil e uma pistola de uso restrito das Forças Armadas, além de farta munição.


Na sede da Varient, em São Paulo, funcionários disseram que a empresa não vai se manifestar. Uma funcionária, às 17 horas, bastante irritada, se identificou como faxineira e desligou o telefone.


'Ilha do Tesouro'


A ilha confiscada na operação está avaliada em R$ 15 milhões. O valor corresponde apenas à área do imóvel, sem contar os equipamentos, utensílios e benfeitorias em geral. Pela quantidade de objetos de luxo encontrados na operação, o local foi apelidado pelos policiais de 'ilha do tesouro'.


O vídeo da operação chama a atenção pelo requinte das instalações. Ao longo dos dois hectares da ilha, há várias mansões servidas por uma área comum com piscinas, saunas, quadras de esportes, quiosques e churrasqueiras, além de um auditório multiuso, com home theater. As mansões têm em média quatro suítes amplas, com decoração e utensílios requintados. A mansão principal tem adicionalmente uma adega recheada de vinhos finos.


As construções, incluindo um píer de mais de 300 metros de margem, foram erguidas irregularmente em área de marinha, pertencentes ao Serviço do Patrimônio da União (SPU).


Operação


A operação foi desencadeada por ordem da 3.ª Vara Federal de Juiz de Fora (MG) e foi realizada em 17 Estados e no Distrito Federal, com a participação de 650 agentes da PF, além de auditores da Receita Federal. O esquema foi investigado ao longo de mais de oito anos. Em 2009, a polícia e a Receita descobriram que o grupo era ramificado em 300 empresas, parte delas com sede no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas.




quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Funcionalismo público

Analisando a situação do funcionalismo público no Estado de Minas Gerais, percebemos a seguinte situação: baixos salários e desvalorização dos servidores efetivos; inchamento dos órgãos com a composição de funcionários terceirizados(Minas Gerais Serviços-MGS) e um grande quantitativo de cargos de provimento em comissão, principalmente os de recrutamento amplo. Em todos os três fatores pontuam-se fatos e consequências que enfraquecem a estrutura institucional do Estado e a relação entre a sociedade a as instituições políticas formais. Entretanto, este post objetiva deixar algumas perguntas e questionamentos aos leitores.

O servidor público, incorporado a máquina pública devido a meritocracia do universalismo de procedimentos representado nos concursos públicos, não teriam mais preocupação com a Res pública do que o comissionado(tão valorizado pelo governo em vigência)?

Qual a relação entre o gasto com pessoal , o gasto com MGS e a LRF? Como eles entram na contabilidade pública? Quem são os societários da MGS e como os contratos são firmados entre as partes?

Quanto aos cargos em comissão; como conciliar transparência, preocupação com a coisa pública e garatia do preenchimento dos cargos baseados no mérito e capacidade técnica? Observa-se que o governo mineiro atual utiliza os cargos como poder de barganha, práticas clientelistas(Ministério dos Transportes - no âmbito federal) e indivíduos sem vocação com o bem público.

Segue abaixo uma notícia sobre o assunto. Sugiro que comentários sejam postados e a discussão se delongue no blog para podermos tornar o debate uma via de crescimento e conhecimento para todos.

Abraços!

Vitor Cândido
-----------------------------------------------------------------------------------------------------


Estado tem R$ 10 para cada servidor público mineiro

Esse é o valor que cada funcionário público receberia se o Governo decidisse reajustar por igual todas as categorias


Se o Governo estadual fosse reajustar o valor dos vencimentos dos 600 mil servidores ativos e inativos, teria dinheiro para dar apenas R$ 10 de aumento a cada um. Essa é hoje a realidade da administração. E a perspectiva não é das melhores. A arrecadação deve aumentar, mas não mais do que a folha salarial.


De acordo com o relatório de gestão fiscal publicado pela Secretaria Estadual da Fazenda relativo ao primeiro quadrimestre de 2011, o Estado já destinou 46,53% da Receita Corrente Líquida para as despesas com pessoal. Isto equivale a R$ 16.181.001.847,32 despendidos com a folha no período que vai de maio do ano passado a abril deste ano.


A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) impõe aos administradores públicos limites para os gastos, a fim de disciplinar o destino dos recursos. Diz que os governos estaduais podem usar no pagamento do funcionalismo até 46,55% da receita.


É o chamado limite prudencial. Já o denominado limite máximo é de 49%. Mas todas as vezes que o prudencial é atingido, são feitas recomendações e concedido um prazo de até oito meses para que as despesas com pessoal caiam para o teto de 46,55%.


Pela LRF, o Estado está hoje a R$ 5,9 milhões de atingir o limite prudencial. Daí a razão para se afirmar que sobra apenas R$10 para o reajuste no valor dos vencimentos.


A informação foi confirmada pela secretária estadual de Planejamento e Gestão, Renata Vilhena.
Quem espera pelo crescimento da arrecadação do Estado, com vistas à concessão de reajustes para o funcionalismo, pode ficar frustrado. “Não tem jeito (de conceder aumento além do anunciado). O que vem acontecendo é que a nossa despesa com pessoal, a evolução com a folha de pagamento, tem crescido mais do que a receita”, constatou a secretária.


A afirmação de Vilhena significa que entra dinheiro, mas que os pagamentos também aumentam, resultando uma sobra menor. “Entre 2011 e 2010, nossa folha está crescendo 17,25%, enquanto a previsão que temos de aumento de ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) é de 9,03%.


Isso já vem desde 2009 por conta dos aumentos concedidos que vêm fazendo com que nossas despesas com pessoal, proporcionalmente, cresçam mais do que nossa receita”, afirmou Vilhena. O ICMS é o principal imposto do Governo, correspondendo a mais da metade da arrecadação.


Desde o início do ano, uma série de movimentos grevistas sacudiram o Estado. Servidores da Educação, da Segurança Pública e da Saúde protagonizaram manifestações. De uma forma ou de outra, todos queriam a mesma coisa: aumentar os vencimentos.


A justificativa do Estado é única: não tem dinheiro para atender as demandas. Depois de várias rodadas de negociações, atualmente, só os professores continuam em greve. No entanto, a categoria responde por cerca de 65% do funcionalismo.


Para o líder da oposição na Assembleia, deputado Rogério Correia (PT), a administração poderia remanejar recursos para atender ao funcionalismo. “O Governo tem que rever as contas. Ele também está renegociando o pagamento da dívida e pode remanejar recursos”, afirmou.


Correia diz que a situação poderia ser diferente se o Estado não tivesse criado, no início do ano, 1.314 cargos comissionados. Vilhena contesta, minimizando os impactos dessa medida.


Fundo seria alternativa

O deputado estadual Rogério Correia (PT) quer que o Governo federal faça uma intervenção em Minas, caso a administração estadual se recuse a atender a demanda dos professores estaduais referente ao piso da Educação.


Segundo ele, em último caso, o Estado pode declarar que não tem recursos para cumprir o piso básico.
“Se o Governo comprovadamente mostrar que não tem recursos, existe um fundo nacional de reserva para o pagamento”, afirmou. O deputado diz que a gestão tucana teria que solicitar a intervenção. Para que a medida se concretize, o Estado teria que admitir que as receitas não permitem pagamento extra, sob o risco de desrespeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).


Os professores estaduais estão há dois meses em greve. A principal reivindicação é para que o Governo pague o piso básico sem os chamados penduricalhos. A crise em Minas se instalou depois que, no ano passado, a Assembleia aprovou um projeto que incorpora ao salário base os abonos pagos aos professores.


A incorporação foi uma reivindicação da categoria para que tivesse reflexo no décimo terceiro salário e nas férias. No entanto, além dos abonos, foram incluídos também no piso adicionais e gratificações, como quinquênios e biênios. A medida gerou protesto dos trabalhadores em Educação. Eles alegam que as gratificações são direito adquirido. Com isso, o salário base da Educação chega a R$ 1.122 por 24 horas, conforme alega o Governo. O piso nacional é de R$ 1.187 para uma jornada de 40 horas semanais.


Em diversas manifestações, a Secretaria de Educação justifica que o Estado paga, proporcionalmente, mais do que o piso nacional. Mas os professores alegam que o valor não é constitucional, pois inclui justamente as gratificações. Em abril, o Supremo Tribunal Federal (STF), ao considerar constitucional a lei federal que instituiu o piso, entendeu que ele deve ser composto apenas pelo vencimento básico, sem os benefícios adicionais.


Sobra é da segurança

A pequena sobra no Orçamento do Estado, somada à diferença entre a arrecadação e o pagamento da folha dos servidores, será utilizada para a concessão de reajustes salariais aos policiais civis, militares, agentes penitenciários e bombeiros, informa a secretária de Planejamento, Renata Vilhena. Além disso, os demais servidores, com exceção dos da Educação, receberão aumento de cerca de 5%, em projeto de lei que será encaminhado à Assembleia Legislativa.


Hoje, o Governo tem R$ 5,9 milhões para conceder de reajuste sem ultrapassar o limite prudencial com despesas de pessoal, imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal. A medida que atinge a área da Segurança Pública entrará em vigor a partir de outubro deste ano. Ela precisa da aprovação dos deputados estaduais. O projeto de lei está em tramitação na Assembleia Legislativa.


Segundo o parecer da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária do Assembleia, o Estado informou que o impacto financeiro será de R$ 199,3 milhões, este ano, e que ainda não tinha sido alcançado o limite prudencial de gastos com pessoal. Isso significa que a administração terá que obter uma arrecadação extra de cerca de R$ 66 milhões por mês a partir de outubro.


A secretária de Planejamento garante que o Governo terá condições de cumprir o prometido. “Dentro da margem que temos para este ano foi concedido o aumento em outubro para os policiais, assim como concedemos na data base, em projeto que será encaminhado à Assembleia Legislativa, 5% para as demais categorias”, afirmou Vilhena.


Os professores da rede estadual ficaram de fora das medidas. Segundo a secretária, os benefícios não foram estendidos à categoria pois ela já foi contemplada com reajuste aprovado no ano passado, mas que passou a vigorar em janeiro deste ano. A categoria refuta o argumento e mantém as reivindicações levadas ao Governo.

Jornal Hoje em Dia - Amália Goulart - 8/08/2011 - 10:05